Tendências: os viajantes de acordo com a utilização do tempo e o impacto ambiental
De acordo com uma investigação conduzida pela Nottingham Business School, Universidade de Nottingham Trent, os viajantes mais jovens em trabalho a tempo inteiro que sentem a pressão de aproveitar ao máximo o seu tempo de férias, são mais propensos a envolverem-se em actividades que tornem as suas viagens menos sustentáveis. O estudo examina se tecnologias de viagens mais rápidas - como o transporte por via aérea ou até o comboio de alta velocidade - desencadeiam uma resposta comportamental dos turistas, o que pode resultar em actividades intensivas em termos de energia nas férias, definidas no estudo como o Efeito de Retorno do Uso do Tempo (TRE) no Turismo.
Com base nos dados de mais de 400 viajantes, os investigadores categorizaram as pessoas em três grupos - exploradores ocupados, exploradores de tempo de qualidade e amantes do tempo passado em viagem - de acordo com os seus valores psicológicos e a forma como utilizam o seu tempo de férias.
Descobriram que os exploradores ocupados, representados por indivíduos mais jovens que trabalham a tempo inteiro, preferem a viagem mais rápida de/para um destino, a fim de maximizar o seu tempo de lazer. Preferindo excursões organizadas e um horário repleto, este grupo tem mais probabilidades de viajar mais longe, visitar novos destinos e participar em actividades tais como desportos aquáticos, cruzeiros fluviais urbanos, e excursões de helicóptero que deixam uma maior pegada de carbono.
Pelo contrário, os que procuram tempo de qualidade são geralmente idosos e reformados que têm menos tempo e restrições financeiras. Dão prioridade ao tempo de qualidade nas férias e são menos propensos a mudar o seu comportamento devido a qualquer poupança de tempo. Caracterizam-se também por padrões de férias previsíveis, preferindo férias domésticas a destinos repetidos, e estão menos dispostos a recorrer a actividades e atracções durante as viagens/férias, levando a um menor consumo de energia e menor impacto ambiental.
O grupo dos amantes do tempo de viagem, situado entre os outros dois grupos em termos de idade, inclui mais os estudantes e empregados a tempo parcial em comparação com os outros grupos, e está intimamente ligado ao grupo de rendimento mais baixo entre os participantes neste estudo.
Embora os amantes do tempo de viagem sejam flexíveis em termos de tempo, as suas escolhas de viagem são muitas vezes determinadas pelos custos. Verificou-se que valorizam mais o prazer de viajar de/para um destino, mesmo utilizando os transportes públicos, e que têm a maior preferência por férias de longo curso em todos os grupos etários da amostra recolhida.
Em todos os grupos de inquiridos, os jovens exploradores e amantes do tempo de viagem mostraram mais preferência por viagens amigas do ambiente do que os do grupo dos amantes do tempo de qualidade. Isto incluía alugar um carro amigo do ambiente ou evitar meios de transporte mais emissores de carbono enquanto se permanecem no destino turístico. Embora o avião fosse o meio de transporte utilizado pela maioria dos participantes no estudo, as pessoas do grupo mais jovem também preferem utilizar os transportes aéreos que consomem menos energia do que os outros, o que reflecte não só uma procura por um custo mais acessível, mas também uma percepção e atitudes pró-ambientais.
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Fonte: Universidade de Nottingham Trent (Reino Unido) /Journal of Travel Research
21 Janeiro 2022